É divertido ver como está ficando Construir a terra, conquistar a vida após todos os cuidados da revisão que estou fazendo. Estou trocando palavras novas por arcaicas, mas não faço essa troca se a compreensão do texto ficar prejudicada. Afinal, não pretendo fazer um glossário para possibilitar a leitura, mas quero que os termos arcaicos se integrem tão bem ao texto que, ainda que não sejam mais de uso diário, seu significado seja claro ou, pelo menos, possível de ser adivinhado. As palavras que me dão mais trabalho são “mui”, no lugar de alguns “muito” e “formoso/a” no lugar de vários “bonito/a”. Assim, o texto vai ficando mui formoso.
E onde é que eu fui arranjar essas palavras e expressões arcaicas? Em textos arcaicos, é claro! Desde a adolescência, me praz (olha aí uma palavra arcaica!) ler textos medievais e renascentistas, então fui procurar nos escritores dessa época – contemporânea da minha história – os termos que eu poderia aproveitar. Luiz de Camões me dá a matriz erudita e Gil Vicente, a popular. Confio também em Dinah Silveira de Queiróz, que escreveu A muralha, e Ana Miranda, autora de Desmundo, que visivelmente tiveram esse cuidado de pesquisa ao escreverem seus livros.
E assim a revisão vai se alongando, para meu deleite de trabalhar o texto, e para futuro deleite de meus leitores, que conhecerão um Duarte que fala como falavam as pessoas do tempo dele.