Quem convive comigo diariamente já conhece – e às vezes até brinca com – minha afinidade com a organização das informações em forma de tabelas. Torna-se evidente, portanto, que minhas histórias também são organizadas numa tabela, certo? Bem, quase. Na verdade, tenho várias tabelas, além de algumas listagens.
O arquivo principal é a grande planilha índice, que não é tabela por não ter o quadriculado de linhas e colunas. Já tentei jogar no Excel mas gosto da visão de páginas inteiras que o Page Maker me dá. De qualquer forma, há colunas de informações: nome das personagens; ambientação; título; data de criação; data de descarte; quantidade de páginas; observações.
Outro par de tabelas muito importante é quantitativo:
1) a tabela de quantas histórias criadas e sobreviventes por mês, que totaliza quantas histórias em cada ano (coluna) e quantas histórias em cada mês (linha). Por causa dessa tabela, sei que criei mais histórias em 1996 (39 histórias), e que o mês mais criativo é outubro (31 histórias). Sei também que as melhores histórias (sobreviventes) são de 1994 (5 histórias) e que o mês com melhores resultados é março (4 histórias). E sei também que não criei nenhuma história em 2008 (muito ocupada escrevendo O canhoto), assim como não restou nenhuma sobrevivente dos anos de 1985, 1987, 1988, 1990, 1997, 1998 2000, 2002, 2004, 2006. Também é interessante notar que não há nenhuma história feita em outubro ou dezembro que seja sobrevivente – e olhe que outubro é o mês mais criativo!
2) Tabela de quantas histórias de cada cor por ano. Antes de falar da tabela em si, é preciso explicar minha classificação das histórias por cores, que se dá em função da ambientação escolhida. São seis cores, a partir das cores do Creative Paper, um pacote com folhas de papel craft de tamanho próximo a A4, próprio para atividades didáticas e criativas. Um dia, eu resolvi usar meia-folha desse papel para fazer uma espécie de capa e lombada das histórias, que me facilitasse agrupar as folhas e visualizar a espessura de cada uma. Excluí preto e branco e dividi as histórias pelas outras seis cores restantes. Ficou assim:
– amarelo = histórias ambientadas no Rio de Janeiro, na época em que estou vivendo (presente) – 134 histórias no total; 4 sobreviventes.
– verde = histórias ambientadas no resto do Brasil, época presente – 29 no total; 1 sobrevivente
– rosa = Brasil; época passada (anterior ao século XX) – 28 no total; 4 sobreviventes
– azul = histórias ambientadas fora do Brasil, época presente – 21 no total; 1 sobrevivente
– vermelho = fora do Brasil; época passada (inclui Romances de Cavalaria) – 47 no total; 9 sobreviventes
– laranja = histórias sem local e sem época definida; presente eterno; fábula; contos de fadas – 28 no total; 1 sobrevivente.
Essa tabela me permite saber quantas histórias de cada tipo foram criadas em cada ano e quantas sobrevivem. É interessante notar que eu crio mais histórias amarelas, mas as vermelhas são melhores (mais sobreviventes). Esses são os principais registros, que são usados para todas as histórias, e que resumem as principais informações de tudo o que eu já fiz.