Comemoração

DUPLA COMEMORAÇÃO

E o blog completa mais um ano – o terceiro de vida. No ano passado, resolvi comemorar o aniversário do blog com o início de uma nova história, que tem o nome provisório de Rosinha, embora seja a história de Toni. Durante o ano, muitos dos textos publicados aqui trataram dessa história, de questões de criação e escrita que eu estava trabalhando, ou de como solucionei alguns problemas que encontrei. Então agora, um ano depois, é hora de contar em que pé estão as coisas.
 
Estou na página 165, o que dá uma média de 0,45 páginas escritas por dia. Esse é mesmo meu ritmo de escrita: meia página por dia, em média. O que acontece é que escrevo duas ou três páginas num dia, e depois passo um dia ou dois sem conseguir escrever nada; às vezes escrevo mesmo só meia página durante alguns dias. A velocidade não me preocupa, porque não estou apostando corrida com ninguém, nem passo os dias concentrada apenas nessa atividade. Ao contrário: escrever é algo que faço quando não estou cuidando nem da minha vida familiar, nem da vida profissional. Minha família e o emprego que paga minhas contas são prioridades na minha divisão de tempo. Então fico feliz em poder escrever meia página todos os dias, dentro do metrô, na fila do elevador, esperando alguma coisa, ou às vezes à noite, quando não estou caindo de sono. Se eu pudesse passar os dias apenas pesquisando e escrevendo, o ritmo seria muito mais intenso – O maior de todos foi escrito durante as férias e teve suas 160 páginas escritas em 42 dias, o que dá uma média de 3,8 páginas por dia. Imagino que meu ritmo seria mais ou menos esse, se eu não tivesse tantas outras coisas para fazer na vida.
 
Bem, falando da história em si, diria que ela pode ser dividida basicamente em três fases, não sei dizer se do mesmo tamanho, ou qual é a maior (em número de páginas), porque ainda não escrevi as três. Em termos de duração, a primeira fase é a maior, pois vai do início da história, no ano de 1913, até 1921. A segunda fase dura de 1922 a 1927 e a terceira fase começa em 1927 e termina no final da história, em 1928. Já terminei de escrever a primeira fase, e teve 125 páginas. Poderia especular que essa fase, por ter maior duração, deveria render mais páginas mas, como é “apenas” uma introdução, é melhor não arriscar nenhum palpite. A terceira fase é a de menor duração mas é a mais intensa, então deve render muitas páginas também. Quando acabar de escrever, eu conto qual ficou maior.
 
Em termos de desenvolvimento e amadurecimento do protagonista, posso dizer que estou indo bem. Toni começa a história com inocentes 13 anos e hoje tem 22 anos. Ele já tomou decisões importantes, já passou dificuldades, já sofreu injustiças: já tem uma visão mais realista da vida. Já saiu da sonhadora fase 1, para a realista fase 2. Caberá a ele harmonizar sonho e realidade, quando a fase 3 chegar.
 
E quanto ao blog? Bem, recebi mais de 1500 visitas, e meus textos foram vistos mais de cinco mil vezes ao longo do último ano. Infelizmente, ainda não tenho esses dados tabelados, mas acredito que os números vêm crescendo, o que, a meu ver, indica uma consolidação de minha presença na Internet.
 
Para o ano que se inicia aqui, meus planos são de continuar escrevendo minha história e contar o que posso no blog. O ponto de virada decisivo já passou, então não posso mais contar detalhes da história, para não deixar nem subentendido o que foi que Toni decidiu. Os textos aqui continuarão na linha do ano passado, que achei bastante interessante, e ainda há o que contar: as soluções que eu encontro para as questões que aparecem durante o processo de escrita, de forma que possam servir de dica para quem encontra o mesmo tipo de problema em seu texto.
 
Então parabéns para nós, que participamos deste blog, e boa leitura para todos.

(4) Comentários

  1. Legal! Parabéns por mais um ano. Sucesso sempre.
    Um beijo grande

  2. Gilmar S.C diz:

    Parabéns pelo blog e sua forma simples e sutil de escrever.

    Pesquisando no 'são google' sobre inspiração para escrever um livro, encontrei teu blog e texto. Gostei e sempre que puder estarei acompanhando as postagens e novidades.

    Gostaria de saber tua opinião e visão: você acredita que escrever com o "Coração", ou melhor, escrever a partir do que d'Ele somos capazes de perceber, e sermos o mais imparcial e impessoal possível nesse processo, ao transpor para o 'word' (papel…rs), faz toda a diferença?

    E mais: você tem uma boa percepção das 'coisas' Intuitivas que lhe chegam? É pessoa atenta aos insights ("verdades escondidas etc.), que podem surgir? Ou você escreve consultando sempre a própria mente e/ou o que outros escreveram e disseram? Ou tudo isso?

    Espero que não te aborreças com tais questões!

    Muita Paz!

  3. Oi, Paulo, obrigada!

  4. Gilmar, obrigada por vir ao blog. Que bom que gostou. Espero que volte mais vezes, para mergulhar nesse meu universo. Você fez muitas perguntas difíceis! Vamos ver se você gosta das minhas respostas:

    1) escrever com o coração – dá para escrever sem ele? Da mesma forma, dá para escrever sem interferência da racionalidade? Qualquer coisa que vamos produzir vai refletir o TODO que somos.

    2) Você fala em escrever com o coração e, em seguida, em ser imparcial e impessoal – uma coisa não é oposta da outra? Acho que, se você está escrevendo com o coração, você está justamente sendo parcial e pessoal. Imparcial e impessoal são características geralmente atribuídas à mente, não ao coração.

    3) coisas intuitivas – sim, tenho uma boa percepção, só que ela acontece depois. Na hora em que estou escrevendo, vou na onda, sem pensar, sem grandes percepções, sem reflexão, só escrevendo.

    4) pessoa atenta aos insights – sim, bateu o insight, eu vou atrás dele, mesmo sem saber para onde vai levar. Se vem à mente, vai para o papel. Depois eu vejo o que fazer com isso.

    5) consultando a própria mente e o que outros escreveram e disseram – nem pensar! O trabalho racional é anterior, de estruturação e pesquisa. Na hora mesmo de escrever, deixo o inconsciente me levar. Absolutamente não penso no que outras pessoas escreveram, a menos que me venha a mesma expressão que eu tenha visto em algum lugar. Aí eu faço uma citação, com ou sem referência. Um exemplo disso é a expressão "fleshless grin", que William Faulkner usa no conto "A rose for Emily" e eu usei "sorriso descarnado", em tradução livre, no romance "Nem tudo que brilha…". Outro exemplo é a expressão "esse jogo tão antigo e sempre novo", que é de algum romance de cavalaria que não lembro mais qual, e que eu usei em "Construir a terra, conquistar a vida", citando "no dizer do antigo poeta" (se eu tivesse escrito o nome dele, agora saberia dizer de onde foi que eu tirei a expressão). Mas eu não escolhi fazer a citação, nem fui procurar textos para saber como dizer. Simplesmente, em determinada cena, o casal (em "Nem tudo que brilha…") de repente se depara com um "fleshless grin". Não tinha como não usar a mesma expressão. Mas até o fato dessas expressões virem à minha mente é um processo inconsciente. O consciente apenas aceita e registra.

    Em outras palavras: você usou os termos "coração", "intuição", "mente". Eu não uso esses termos, uso apenas "consciente" e "inconsciente" (não, não sou psicóloga rsrsrsrs). Quando escrevo, eu junto tudo: coração, intuição e mente, tanto quando sou guiada pelo consciente como quando sou guiada pelo inconsciente. Como disse, acho que escrever é expressão de uma totalidade que se é. Não acredito que haja texto guiado apenas pela emoção, nem apenas pela razão. Se houver, devem ser bem chatos!! A estrutura da língua está na mente, a expressão está no coração. Um precisa do outro para se expressar.

    Bem, é isso. Não sei se me expliquei bem, mas é assim que funciona comigo.

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