E não é que De mãos dadas está rendendo? Em número de páginas e em tempo gasto a escrever. Já está ombreando com Construir a terra, conquistar a vida, que tem 895 páginas e que eu levei seis anos para escrever. Em Construir a terra, conquistar a vida, era a vida das muitas personagens que me alongava; em De mãos dadas, são os eventos históricos: só a Revolução Paulista de 1924 me custou mais de 40 páginas.
No momento, estou em 1924, já na terceira fase, preparando Toni para voltar à fazenda e reencontrar Rosa. Esse reencontro vai dar “panos para mangas”, pois são muitos anos de afastamento para colocar em dia, muitos eventos a serem contados e explicados de parte a parte. Cada um terá que se colocar no lugar do outro para compreender a complexidade da situação do outro, de forma que o amor entre eles continue prevalecendo.
Embora o narrador seja em terceira pessoa, o ponto de vista da história é Toni. Ele não tem notícias da Rosa, nem o leitor. Que Rosa Toni vai encontrar quando voltar? Terá se mantido fiel à promessa de esperar por ele? Terá morrido de Gripe Espanhola? Toni confia, apenas confia, e só saberá de tudo (e o leitor também) quando estiver novamente na fazenda.
A primeira fase da história durou da página 1 à página 125 e foi apenas uma pequena introdução às personagens e seus objetivos, à determinação de Toni e às suas dificuldades. Na página 125, aparece Letícia, com uma reviravolta escondida na manga, e permanece até a página 398, que é quando acaba a segunda fase (total de 273 páginas, portanto). Há agora uma espécie de interlúdio, nesse início de terceira fase, até que Toni entre no trem de volta para São Carlos. São alguns eventos importantes, que consolidam a segunda fase e preparam o reencontro com suas origens e a retomada de seus objetivos. Não faço ideia de quantas páginas terá, nem quanto tempo levarei para escrever. Já estou na página 434 e tenho a impressão de que a história, de fato, só vai começar quando Toni estiver de novo na fazenda, com Rosa. Então já estou me preparando psicologicamente para mais um tijolinho, que eu terei que publicar em três tomos (que é o caso de Construir a terra, conquistar a vida).
Bem, hoje é aniversário do Blog também, que completa quatro anos. Não dá pra pensar em direcionar os textos para outros assuntos, porque continuo escrevendo De mãos dadas, que é minha prioridade na divisão do tempo.
Agradeço a companhia de quem está sempre por aqui e espero continuar mantendo o interesse de vocês com textos que falam das dificuldades e alegrias de quem se mete a reinventar mundos e a inventar vidas. Um escritor não é nada sem seus leitores, e eu gosto muito de seus comentários, perguntas e críticas. Então Feliz Aniversário de leitura deste Blog pra você!